quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Amar é: saber perdoar





Existem momentos na vida que, mesmo causando sofrimento, precisam ser experimentados para que haja a oportunidade de crescimento.


Um exemplo desses momentos é quando somos chamados a viver a virtude do perdão.
Principalmente o perdão a alguém que amamos. Um pai, uma mãe, um filho, um amigo, um irmão, um companheiro....


Eu ainda não me sinto preparada para suportar uma mágoa causada por alguém que amo, eu ainda sofro muito. Isso aconteceu comigo ontem. Para mim ainda é muito difícil escutar uma palavra atravessada, uma resposta invertida inesperada. Eu ainda fico muito triste, pois amo sempre intensamente e quando sou magoada, me magôo intensamente também.


Mas tenho aprendido, e ontem foi uma destas lições e oportunidades que a vida nos dá (e temos que agradecer ao Cristo), que nem sempre as pessoas falam coisas ou tomam certas atitudes de propósito. Temos que nos colocar no lugar do outro, em suas aflições, seus momentos de angústia, e saber que uma palavra, por mais que fira nosso coração, sempre pode ser perdoada.


A união, ou seja, a convivência e liberdade que temos com quem amamos também contribuem para que coisas que só deveriam ficar em pensamento sejam verbalizadas.


Quantas vezes nós mesmos também falamos o que não deveríamos, sem querer, e depois nos vem o arrependimento, a angústia de saber que erramos e o outro pode não nos perdoar por aquilo?


Por isso, amigos, aprendamos a perdoar o outro e, principalmente, a perdoar a nós mesmos, por sermos ainda apenas meros aprendizes no caminho da luz. O perdão é uma das inúmeras manifestações do amor verdadeiro.



PRECE DO PERDÃO



Pai, quando eu for chamado para junto de Ti, quero partir com o coração aliviado de qualquer sentimento menor que possa reter-me ao vale de lágrimas onde me encontro hoje.


Ah, Meu Deus, que nada do que já vivi e ainda vivo seja obstáculo à minha felicidade amanhã!...

Quando eu me for, quero alçar vôo como fazem as aves que planam livres por sobre as misérias humanas, e que não pousam no chão senão para buscar o alimento que as mantém fortes nas alturas!...


Quando meus olhos se cerrarem à ilusão da carne, é de minha vontade que eu me distancie do mundo com a leveza das almas experimentadas na forja das provas árduas, sem que o peso dos sentimento menores impeça meu anseio anseio de libertação!

Desejo, Pai, libertar-me, sendo fiel à Tua lei de amor e de perdão!Eu compreendo que a Terra é a escola onde Tu nos prepara para a angelitude!...


Eu compreendo que o sofrimento é a lição que nos faz avançar para a glória ou estacionar na senda de novas e mais dolorosas provas!...


Eu compreendo que tudo é seleção: os laços, a estrada, os acontecimentos...

De minha atitudes colherei bem ou mal; com minhas decisões talharei o que serei amanhã. Alegrias infinitas ou sofrimentos sem conta nascem unicamente de meus atos, a revelia do que os outros me fazem ou deixam de fazer....


Por isso, Pai, conduz meu pensamento de tal sorte que, quando chegar minha hora, nada do que vivi possa retardar-me o passo ou prender-me outra vez ao sombrio grilhão da dor. De todos os momentos experimentados, que eu carregue comigo apenas aqueles que me proporcionaram coisas úteis e felizes. Que os infortúnios e mágoas do passado não sejam mais peso em meu coração a impedir a realização dos mais ardentes anseio de felicidade e sublimação!...


As lágrimas que me fizeram verter - eu perdôo.

As dores e as decepções - eu perdôo.

As traições e mentiras - eu perdôo.

As calúnias e as intrigas - eu perdôo.

O ódio e a perseguição - eu perdôo.

Os golpes que me feriram - eu perdôo.

Os sonhos destruídos - eu perdôo.

As esperanças mortas - eu perdôo.

O desamor e a antipatia - eu perdôo.

A indiferença e a má vontade - eu perdôo.

A desconsideração dos amados - eu perdôo.

A cólera e os maus tratos - eu perdôo.

A negligência e o esquecimento - eu perdôo.

O mundo, com todo o seu mal - eu perdôo.


A partir de hoje proponho-me a perdoar porque a felicidade real é aquele que nasce do esquecimento de todas as faltas!...

No lugar da mágoa e do ressentimento, coloco a compreensão e o entendimento;

no lugar da revolta, coloco a fé na Tua Sabedoria e Justiça;

no lugar da dor, coloco o esquecimento de mim mesmo;

no lugar do pranto coloco a certeza do riso e da esperança porvindoura;

no lugar do desejo de vingança, coloco a imagem do Cordeiro imolado e o mais sublime dos perdões...


Só assim, Pai, se um dia eu tiver que retornar à carne, poderei me levantar forte e determinado sobre os meus pés e não obstante todos os sofrimentos que experimentar, serei naturalmente capaz de amar acima de todo desamor, de doar mesmo que despossuído de tudo, de fazer feliz aos que me rodearem, de honrar qualquer tarefa que me concederes, de trabalhar alegremente mesmo que em meio a todos impedimentos, de estender a mão ainda que em mais completa solidão e abandono, de secar lágrimas ainda que aos prantos, de acreditar mesmo que desacreditado, e de transformar tudo em volta pela força de minha vontade, porque só o perdão rasga os véus sombrios do ressentimento e da revolta, frutos infelizes do egoísmo e do orgulho, libertando meu coração no rumo do bem e da paz, do amor verdadeiro e da felicidade eterna!


Assim seja!(Psicografia Instituto André Luiz, 08.03.2003)